Sedentarismo criativo digital

Michel Brotherhood • July 17, 2025

Errar Feio, Criar Cru: A Revolta Contra o Sedentarismo Criativo

Propósito e Impacto Social: Essenciais para Marcas Relevantes

Chega de prompts. Chega de templates. Chega de pedir benção pro algoritmo antes de pensar. A criatividade não é um KPI, não é uma métrica no dashboard, nem um post otimizado pra cliques. Criatividade é bagunça, é erro, é o rabisco torto num caderno velho que você nunca vai mostrar pra ninguém. É o que acontece quando você fala com a parede e, de repente, ela responde. Num mundo obcecado por eficiência, estamos esquecendo o que nos torna humanos: o raciocínio imperfeito, o tropeço genial, a criação crua.


A Terceirização do Pensamento

A gente terceirizou até o cérebro. Hoje, é mais fácil jogar uma pergunta pro ChatGPT do que sentar e deixar a mente suar. Esquecemos que pensar é um trampo artesanal, cheio de falhas, frustrações e ideias que não viram post. E tá tudo bem. Porque é exatamente nessa bagunça que a criatividade acontece. Quando foi a última vez que você começou algo do zero, sem um “plano de conteúdo” ou uma resposta pronta copiada da internet? O raciocínio humano, esse processo caótico de conectar pontos, errar caminhos e inventar soluções, tá virando relíquia.


O problema não é só com a escrita ou a arte. Até programadores, os tais “vibecoders”, tão caindo na armadilha. Eles, que poderiam ser os alquimistas do digital, misturando lógica com intuição, tão presos a frameworks prontos e respostas do Stack Overflow. Cadê o código que sangra, que reflete a alma de quem escreveu? Cadê o erro que te faz aprender?


O Raciocínio Humano: Um Músculo em Risco

O raciocínio humano é como um músculo: se não usa, atrofia. Ele não é perfeito, nem linear. É um emaranhado de intuições, memórias, dúvidas e lampejos de genialidade. É o que te faz olhar pra um problema e pensar: “E se eu tentasse assim?”. Mas, hoje, a gente prefere o atalho. Artigos de blog viraram cópias de cópias, com títulos otimizados por IA e parágrafos que parecem saídos de uma linha de produção. Cadê a voz? Cadê o risco de dizer algo que não vai viralizar, mas que é seu?


Pensa num artigo que você leu recentemente. Ele te marcou porque era único ou porque parecia mais um eco de tudo que você já viu? A IA pode te dar um texto polido, com SEO impecável, mas só o raciocínio humano pode criar algo que cutuca, que incomoda, que faz alguém parar e pensar. É o que separa um texto genérico de um que fica na cabeça, como uma música que você não explica, mas não esquece.


Vibecoders: A Alma por Trás dos "novos Devs"

E os programadores? Os vibecoders, aqueles que deveriam ser os poetas do código, tão cada vez mais presos à lógica do “funciona, tá bom”. Vibecoder não é quem só copia um snippet do GitHub. É quem sente a vibe do projeto, quem escreve um código que não só resolve o problema, mas conta uma história. É quem olha pra um bug e vê uma oportunidade de criar algo novo, mesmo que seja só um “print” maluco pra testar uma ideia.

Mas a real? Até os vibecoders tão sedentários. A IA sugere o código, o framework dita as regras, e o resultado é um software que funciona, mas não vibra. É como um quadro pintado por números: certinho, mas sem alma. O raciocínio humano no código é o que transforma linhas de texto em algo que pulsa — seja um jogo que te prende, um site que te faz sentir, ou um script que resolve um problema de um jeito que ninguém imaginou.


Artigos e a Perda da Voz Humana

Os artigos de hoje são o espelho do nosso sedentarismo criativo. Quantos blogs você já abriu que pareciam escritos pelo mesmo robô? Mesmas palavras-chave, mesmas promessas de “10 dicas infalíveis”, mesma falta de personalidade. A IA pode te dar um texto em segundos, mas não pode te dar a sua voz. E é a voz — com suas falhas, suas manias, seus erros — que faz um artigo valer a pena. É o que faz alguém ler até o fim, mesmo sem prometer “resultados incríveis em 5 minutos”.


Escrever um artigo é como cozinhar um prato do zero. Não é só seguir a receita. É colocar um tempero que ninguém pediu, é errar a mão no sal e descobrir um sabor novo. É o raciocínio humano em ação, testando, falhando, reinventando. Mas, se a gente só copia a receita da IA, o que sobra? Um texto que alimenta, mas não satisfaz.


O Poder do Erro Tosco

Sabe aquele momento em que você rabisca uma ideia idiota no canto de um guardanapo? Ou quando escreve algo tão absurdo que só faz sentido às 3 da manhã, no banho? Isso é o seu cérebro se rebelando contra o sedentarismo criativo. Ele estranha, reclama, mas agradece. Porque criar é isso: é começar pela ideia errada, é desenhar no azulejo do banheiro, é deixar o pensamento tropeçar até encontrar um caminho.

O problema é que a gente tá viciado em atalhos. A piada já vem com KPI, a história já vem com SEO, e o código já vem com biblioteca pronta. Mas o que sobra de você nisso tudo? O que sobra do que é único, imperfeito, humano?


Um Desafio pra Sair da Inércia

Então, essa semana, faz diferente. Pega um caderno velho, uma caneta que falha, e escreve algo que não precisa ser bom. Fala com a parede — literalmente, se quiser. Conta uma história que não faz sentido. Desenha algo que ninguém vai curtir no Instagram. Começa pelo absurdo, pelo tosco, pelo errado. Deixa o erro te guiar.

Aqui vão algumas ideias pra te tirar do sofá mental:

  • Escreva uma frase sem sentido: Tipo “o abacaxi dançou valsa com a nuvem”. Depois, tente transformar isso numa história ou num código que faz algo inesperado.
  • Crie sem destino: Pegue um lápis e rabisque formas aleatórias. Veja o que elas viram sem planejar. Se for programador, escreva um script inútil, só pela vibe.
  • Converse com o nada: Fale em voz alta uma ideia maluca. Grave, ouça, ria de si mesmo. Ou, se preferir, debugue um código falando com ele como se fosse um amigo.
  • Falhe de propósito: Tente fazer algo malfeito. Um artigo ruim, um desenho torto, um código que trava. Só pra lembrar que o erro é libertador.


Conclusão: Acorde o Vibecoder em Você

O sedentarismo criativo é uma escolha, não um destino. O raciocínio humano, com toda a sua bagunça gloriosa, é o que nos faz criar coisas que valem a pena — seja um artigo que provoca, um código que vibra, ou uma ideia que só faz sentido pra você. Vibecoders, escritores, sonhadores: parem de terceirizar o que vocês têm de melhor. A IA é uma ferramenta, não um mestre.


Pra sair da inércia, aqui vai o desafio final: reserve 15 minutos hoje. Pegue um caderno, uma parede, um editor de texto vazio. Escreva, codifique, rabisque algo que não precisa ser bom, mas que seja seu. Comece com a frase mais absurda que vier à mente — tipo “o abacaxi dançou valsa com a nuvem” — e deixe ela te levar. Se for programador, escreva um código que não resolve nada, mas que te faz sorrir. Se for escritor, crie um parágrafo que ninguém pediu. O importante é tentar, errar, e sentir o cérebro acordar.

Porque criar é humano. Errar é divino. E a vibe? A vibe é toda sua.

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